Quando somos atingidos por uma flecha, não devemos perder
tempo buscando saber quem e por que nos feriu. Mas, sim, arrancar a flecha fora
e cuidar, o quanto antes, da ferida. Este é o modo budista de lidar com os
problemas: focamos a cura ao invés de cultivar a indignação que gera ainda mais
dor.
Em vez de responder aos inúmeros porquês, focamo-nos em lidar com a
situação de modo a assumir o autocontrole diante de nossos problemas. Afinal,
quando não podemos mudar uma situação externa, ainda assim, podemos transformar
o nosso modo de encará-la.
Enquanto estivermos contaminados pelo
cansaço, pela raiva ou pela indignação, nossas atitudes serão tendencialmente
unilaterais ou vingativas. O que o budismo nos alerta é que a primeira coisa a
fazer quando recebemos qualquer tipo de agressão é nos interiorizarmos para
recuperar o espaço interior.
Mais do que uma percepção mental dos fatos,
devemos buscar o equilíbrio interior para que nosso pensamento volte a ser claro
e amplo.
Na medida em que nos concentramos em curar a ferida, ao invés
de indagar o porquê ela ocorreu, cultivamos o hábito mental de buscar soluções
práticas que nos ajudam a nos desvencilhar dos problemas. Deste modo, não
ficamos presos ao discurso "ele não podia ter feito isso comigo" que nos leva
apenas à paralisia, mas passamos a nos mover em direção à solução interior, o
que nos leva a um senso profundo de liberdade de podermos ser quem
somos.
O mundo à nossa volta está repleto de informações conflitantes e
confusas. Tornamo-nos reféns dos outros enquanto nos deixamos enganchar por seus
conflitos.
Para nos desvencilharmos das confusões alheias, precisamos
antes de tudo recuperar nosso espaço interior. Esta é a diferença entre gritar
para o outro: "Me solta" e dizer internamente: "Eu me solto".
Desta maneira,
ganhamos autonomia interior, isto é, recuperamos o prazer e a habilidade de
exercitar a nossa própria vontade de nos acalmar. Lama Gangchen nos encoraja a
praticar a Autocura quando nos fala: "Basta reconhecermos nossa própria
capacidade e ousarmos aceitá-la".
Em seu livro Autocura Tântrica III (Ed.
Gaia) ele esclarece: "Para começarmos a vivenciar os níveis mais profundos da
Autocura, nossa mente precisa começar a aceitar e usar o espaço interior da
forma correta. Temos que compreender que há mais espaço em nossa mente muito
sutil do que no mundo externo. Além disso, também precisamos entender que as
situações perigosas que hoje vivenciamos são o resultado de causas e condições
negativas criadas por nós no passado. É muito importante praticarmos a Autocura,
pois se continuarmos a gravar negatividades em nosso espaço interior, embora
nosso coração não possa explodir, uma terrível explosão global de negatividade
pode acontecer, causando nosso Armagedão individual e planetário".
Para parar
de gravar negatividades em nosso espaço interior, precisamos cultivar o hábito
de nos interiorizarmos, de ampliarmos nosso espaço interior. Mas a capacidade de
nos autossustentar surge à medida em que nos sentimos disponíveis para nós
mesmos.
Se não nos sentimos capazes de lidar com certas emoções, devemos
buscar pessoas que nos incentivem a lidar positivamente com elas. A
solidariedade alheia nos ajuda a sentir e aceitar o que nem mesmo somos capazes
de entender. Encantos e boas energias.
O importante é buscar coerência entre nosso mundo interior e a realidade exterior. Viver bem pressupõe considerar a realidade acima de qualquer coisa.
Ao recuperar o espaço interior, ganhamos uma nova disponibilidade para agir.
Bel Cesar - Psicóloga
O intuito deste blog é nos auxiliar a realizar algumas mudanças necessárias para que possamos encontrar dentro de nós a verdadeira felicidade. Estarei trazendo assuntos pertinentes à saúde física e mental, amor, relacionamentos, trabalho, enfim tudo o que diz respeito à vida, à NOSSA VIDA.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
SORRIA E BUSQUE A FELICIDADE
Não é razoável, muito menos saudável, no entanto, esperar que a felicidade seja um ESTADO PERMANENTE. Alcançar o bem estar não significa estar feliz o tempo todo e sim ter saúde mental e física para se sentir feliz quando for apropriado ficar feliz e triste quando for adequado ficar triste.
Claro que felicidade gera felicidade, e é bem mais fácil buscá-la na vida quando já se tem uma atitude positiva e os benefícios que ela proporciona não se limitam ao cérebro. Encontrar alegria é uma excelente maneira de combater o estresse e promover o bem-estar do corpo.
Assim como o prazer não é a ausência de dor e o bem-estar não é a ausência de mal-estar, a felicidade não é a ausência de infelicidade. Possuimos uma série de sistemas cerebrais responsáveis por provocar ativamente o bem-estar, o prazer, a felicidade, como as estruturas do sistema de recompensa. A felicidade tem a sua "assinatura cerebral": emoções positivas inibem o córtex cingulado anterior - um centro de alarme cerebral, e provocam maior atividade elétrica no lado esquerdo do córtex frontal. Uma vez que o cérebreo constata que está tudo dando certo, a felicidade se espalha pelo corpo. O prazer resultante de um trabalho bem feito, do toque da pessoa amada, de um presente inesperado, ou de uma piada engraçada se manifesta à medida que a frequência cardíaca se acelera, a temperatura do corpo aumenta ligeiramente, a pele se umedece e a musculatura relaxa. O sorriso, expressão mais evidente do bem-estar, surge de imediato. Quando é genuíno ele parte das regiões do córtex cerebral que cuidam de programas motores, aqueles conjuntos de movimentos, que por meio da repetição, aprendemos a fazer sem pensar.
O sorriso forçado, aquele que damos tantas vezes para as câmeras, é diferente. Ele parte da região do córtex cerebral responsável pelos movimentos voluntários simples do rosto. E essa diferança é também notada por dentro. Os sorrisos voluntários não provocam a ativação do córtex órbito-frontal, portanto NÂO dizem ao cérebro que algo particularmente bom aconteceu.
Isto significa que até podemos sorrir por fora, mas o nosso cérebro sabe que NÃO estamos sorrindo por dentro.
EMBORA A FELICIDADE COMECE NO CÉREBRO, ELA PRECISA SE EXPRESSAR NO CORPO E ESTAMPAR EM UM SORRISO PARA QUE VOCÊ TENHA A SENSAÇÃO PLENA DE FELICIDADE. PRESTE ATENÇÃO NO SEU ROSTO AO LONGO DO DIA. VOCÊ SORRI COM FREQUÊNCIA? SABE IDENTIFICAR O QUE O DEIXA FELIZ?
DESCUBRA O QUE O FAZ FELIZ E BUSQUE ISSO PARA A SUA VIDA.
Suzana Herculano-Houzel - Trecho do livro "Fique de bem com seu cérebro"
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