sábado, 29 de outubro de 2011

PORQUE GOSTAMOS TANTO DE CACHORROS?

O apego emocional que temos com os cães é enorme. Pesquisadores construiram um questionário contendo frases que indicavam níveis de apego com um cachorro de estimação, como por ex, carregar a fotografia do cachorro, deixá-lo dormir em sua cama, frequentemente falar e interagir com ele, e definí-lo como um membro da família.
Os dados indicaram altos níveis de apego entre os donos e os seus cachorros.
Quase a metade definia seu cachorro como membro da família, 67% carregava uma foto dele em sua carteira, 73% deixava eles dormirem em sua cama e 40% comemorava o aniversário do cachorro.
As mulheres apresentaram um apego mais forte com seus animais do que os homens.

Relatos sobre as reações à perda de um animal de estimação também mostram como é forte o apego desenvolvido. O pesar de perder um animal de estimação pode ser igual ao custo de perder uma pessoa amada. O processo de luto envolve angústia, pensamentos e sentimentos que acompanham o lento processo de se despedir de uma relação estabelecida. Não por acaso há uma vasta literatura falando sobre os benefícios na saúde fisiológica e psicológica que os animais nos proporcionam. Por ex., menor incidência de doenças cardio-vasculares, redução dos níveis de triglicérides, colesterol e pressão sanguínea, melhor recuperação e maior taxa de sobrevivência a infartos do miocárdio, maior bem estar psicológico e aumento do cuidado pessoal e da autoestima.
Além disso, cães treinados são amplamente utilizados na assistência de pessoas com deficiências e idosos. Ou seja, possuir um animal de estimação pode fazer muito bem a seu dono.

Um aspecto interessante é olhar para as características faciais e comportamentais dos cães: face rechonchuda, movimentos desajeitados, testa larga, olhos expressivos.
Há tempos estudiosos do comportamento humano sabem que tendemos a responder de uma forma parental a certas características faciais e corporais encontradas em bebês humanos. Isso quer dizer que sentimos vontade de cuidar e proteger seres que apresentem essas características, que são típicas dos bebês humanos. Por isso somos facilmente atraídos por personagens de desenho animado como o Piu-piu, o Dumbo, o Mickey, gostamos de acariciar brinquedos como ursos de pelúcia e nos atraímos tanto por animais a quem muitas vezes tratamos como bebês, os cachorros por exemplo.

Foi feita uma pesquisa intercultural sobre animais de estimação e se encontrou que os animais servem a uma variedade de papéis além do de "filho". O cachorro parece suprir, em muitos casos, uma necessidade emocional. Ele pode ser uma fonte de segurança, e quando as pessoas se sentem ansiosas, o cão pode ter um efeito calmante.
Assim, a natureza do laço entre humanos e cães contém um forte elemento de segurança, e ele pode substituir a companhia de um outro humano.
Enfim, no âmbito de nossas vidas um amigo de verdade.

Adaptado do original ¨Por que gostamos de cachorros?" publicado na revista "Psique, Ciência & Vida".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"O AMOR MUITO ALÉM DA BELEZA"




Feche os olhos e tente listar, sem pensar muito, 5 características que você gostaria que seu(sua) próximo(a)
namorado(a) tivesse. Aposto que uma das características que você pensou foi “beleza”, certo? Minha dedução não tem nada de mágica e não é nem um pouco surpreendente, já que a maioria das pessoas gostaria de ter a seu lado alguém bonito. Mas você já parou para pensar o quê exatamente é beleza?


Gisele Bundchen e tantas outras modelos cuja beleza é inquestionável hoje em dia seriam, tempos atrás, consideradas absolutamente sem graça. Isso porque houve uma época em que a beleza feminina estava associada às curvas corporais. Em outras palavras, bonito era ser gordinha. A beleza masculina também já sofreu muitas transformações. Se hoje os homens usam cremes para a pele, gel nos cabelos e fazem diversos tratamentos para acabar com indesejáveis gordurinhas, ser um belo homem antigamente significava não cuidar muito da aparência e sim ter um aspecto mais rude.

Beleza, então, está diretamente relacionada aos padrões vigentes em uma determinada época e cultura. Estes padrões, no entanto, quase sempre são bastante injustos com a maioria da população. Quem tem um corpo de modelo, fora as próprias modelos? Que mulher está livre das tão odiadas celulites? Que homem tem o corpo escultural de um Deus grego? Se as pessoas comuns quase sempre estão fora dos padrões idealizados, por que desejamos nos relacionar com aqueles que estejam dentro destes padrões?

Uma mulher inteligente, segura, carinhosa e bem-humorada, porém fora dos padrões estéticos vigentes, é bonita ou feia? Um homem fiel, competente, amoroso e culto, porém fora dos padrões estéticos vigentes, é bonito ou feio? O que quero dizer é que muitas vezes focamos demais em uma característica e nos esquecemos de todas as outras. Valorizamos o que está na superfície e deixamos em segundo plano o que realmente importa.

E isso evidentemente ainda dificulta a busca por um par, afinal de contas muitas pessoas encontram alguém que lhes parece perfeito, porém sua aparência física não é o que idealizaram. Muitos chegam a optar por simplesmente não se relacionar com o(a) tal pretendente, e seguem em uma busca desesperada por alguém que talvez só exista em sonhos.

Há situações ainda mais delicadas, como aquelas em que duas pessoas se conhecem e começam a se envolver, mas na hora de assumirem uma relação mais séria, uma hesita por causa da aparência física da outra. O fato de o par não estar dentro dos padrões de beleza gera o medo de críticas alheias e pode surgir até mesmo a vergonha de assumir o outro como namorado(a).

Há situações ainda mais delicadas, como aquelas em que duas pessoas se conhecem e começam a se envolver, mas na hora de assumirem uma relação mais séria, uma hesita por causa da aparência física da outra. O fato de o par não estar dentro dos padrões de beleza gera o medo de críticas alheias e pode surgir até mesmo a vergonha de assumir o outro como namorado(a).


Motivo de vergonha, em minha opinião, seria não enxergar além das aparências.

Mariana Santiago de Matos
        Psicóloga